As relações heterossexuais ou homossexuais em que um dos parceiros vive com HIV/AIDS e o outro não têm sido chamadas de várias maneiras: sorodiscordância: sorodivergência, sorodiferença ou parcerias com sorologias distintas são alguns exemplos.
No Brasil, como em outros países, esses relacionamentos existem desde o início da epidemia, no começo da década de 1980. Porém, nos últimos anos, está havendo um aumento do número de casais com sorologias distintas para o HIV. Uma possível razão para isso é a descoberta de terapias – principalmente com a chegada dos medicamentos antiretrovirais, o chamado “coquetel” – que estão funcionando, aumentando a saúde das pessoas HIV+ e melhorando a qualidade de vida. Com isso, esses casais podem reiniciar um planejamento de vida em longo prazo, onde o relacionamento afetivo e sexual é parte essencial. Cada vez mais, as pessoas que não sabem se são soropositivas, assim como indivíduos que se sabem soronegativos, possuem mais informações a respeito de como manter uma relação sexual segura e estão iniciando, de forma consciente, relacionamentos com pessoas que vivem com HIV/AIDS.
Como saber se estou num relacionamento sorodiscordante?
O único meio de você saber se é HIV positivo ou negativo é fazendo um teste, através de um exame de sangue específico. Fazer o teste é muito importante, pois só com o resultado obtido é possível identificar se você e/ou o seu parceiro ou parceira estão vivendo com HIV/AIDS e buscar apoio. Para conhecer a sua sorologia para o HIV e a da pessoa com quem você está se relacionando, o indicado é que ambos façam a testagem.
Os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) são unidades de saúde que, além do resultado, ou seja, do diagnóstico sorológico da infecção pelo HIV, que é sempre feito com sigilo garantido e de forma gratuita, oferecem aconselhamento pré e pós-teste. Isso significa que antes e depois da testagem, você contará com o apoio de profissionais de saúde treinados que ajudam na interpretação e no esclarecimento de dúvidas sobre o resultado, seja positivo ou negativo para o HIV.
É possível melhorar o diálogo com o parceiro ou parceira?
O diálogo, numa relação amorosa, não é uma questão complicada apenas para os casais sorodiscordantes. Muitas vezes, as pessoas têm várias outras “discordâncias” no relacionamento, como todos os casais. Na maioria dos casos, essas diferenças têm um peso muito maior na relação do que a sorologia distinta para o HIV – o que acontece é que, geralmente, essas diferenças só ficam claras, e só são ditas, a partir do diagnóstico positivo para o HIV.
Na prática, o que se vê é que em muitos relacionamentos a presença do HIV acaba se tornando “o culpado” por vários questionamentos e crises que, em geral, já estavam para acontecer independentemente do vírus, como, por exemplo, o desgaste que a evolução de um relacionamento pode trazer.
Algumas vezes, pode haver dificuldades mais sérias na comunicação. Por exemplo: o casal pode abrir mão do diálogo por receio de suscitar sentimentos como mágoa, desconfiança, dor, sofrimento, dúvida, raiva etc. E, com isso, acabar evitando conversar sobre outros assuntos tão ou mais importantes que o HIV. Lembre-se do ditado popular que diz que é conversando que a gente se entende.
Sentir medo é normal?
Claro que sim. Qualquer pessoa, em diferentes situações da vida, sente medo de algo. Em relação à sorodiscordância não é diferente. Um temor muito comum - o medo da perda - é um ponto que merece atenção, pois pode comprometer mais seriamente a comunicação do casal. A melhor saída é enfrentá-lo de forma transparente. Questões como temer que o parceiro ou a parceira resolva se separar em razão da sorodiscordância, passar a ter a sensação de “estar devendo alguma coisa ao parceiro ou à parceira” ou sentir medo de desenvolver a doença devem ser conversadas com franqueza. Sem isso, fica difícil você levar uma vida saudável e fazer planos para o futuro.
Alguns casais (ou uma das duas pessoas) se sentem melhor contando para amigos e familiares o que está acontecendo. No caso de você resolver contar para alguém, é recomendável, antes, conversar com um profissional de saúde, como um psicólogo ou assistente social, que poderá lhe dar algumas dicas de como melhor fazer a revelação. Outros casais preferem que poucas pessoas fiquem sabendo da situação do casal. Independentemente do seu caso, o único caminho possível é conversar e negociar com o seu parceiro ou parceira e chegar a um acordo. Mas não se esqueça de que a sua vontade, a sua opinião é tão importante quanto a do outro.
Quais são as opções de atendimento para casais sorodiscordantes?
Atualmente, devido à maior visibilidade que os casais com sorologias distintas para o HIV vêm recebendo por parte dos serviços de saúde, algumas iniciativas interessantes estão sendo desenvolvidas.
O tratamento clínico, de terapia individualizada ou de aconselhamento, ainda é a alternativa mais comum para esses casais. A vantagem de intervenções individualizadas é que elas trazem à tona questões próprias de cada casal que, muitas vezes, as pessoas não conversam em grupo. Como cada pessoa é única, também único é cada casal.
Outra alternativa de atendimento que você pode buscar é a “consulta conjunta”. Nesse tipo de atendimento, além do casal e do médico, pode participar um psicólogo, um psiquiatra ou um assistente social. Essa modalidade de consulta amplia a capacidade de compreensão do problema, estimula o sentimento de solidariedade e reforça a responsabilidade por si mesmo no processo de saúde e doença.
Outra alternativa que vem rendendo bons frutos são os crescentes espaços para grupos de ajuda mútua, especialmente em ONGs e unidades de saúde. Neles, os casais participam de um espaço para troca de experiências entre pessoas que se encontram em situações semelhantes às suas, o que as ajuda a reduzir o “isolamento” e a pensar nas suas próprias soluções para enfrentar os problemas.
A importância de praticar sexo seguro
A prática de sexo mais seguro não é apenas uma responsabilidade individual, mas também compartilhada. Oferecer segurança deve ser uma preocupação mútua do casal, porque não é apenas a prevenção contra o HIV de quem não está com o vírus que está em jogo, mas também a prevenção de muitas outras doenças sexualmente transmissíveis, as chamadas DSTs, tanto para um quanto para o outro.
O que fazer no caso de um acidente?
Às vezes, podem ocorrer acidentes, como, por exemplo, a camisinha se romper durante a penetração – o que é raro acontecer. Nesse caso, existe a possibilidade da “profilaxia com anti-retrovirais”, isto é, tomar uma determinada dose de medicamentos anti-retrovirais o mais rápido possível após a exposição ao HIV (até 72 horas, no máximo), com o objetivo de impedir a infecção pelo vírus. Se um acidente como esse acontecer, o ideal é procurar o seu médico ou o médico de seu parceiro ou parceira na unidade de saúde. Não sendo possível, procure um serviço de emergência da rede municipal ou estadual de saúde, ou ainda, uma maternidade. É muito importante você procurar por ajuda, pois, além de necessitar da orientação de um profissional de saúde, esses remédios só são disponibilizados com receita médica e distribuídos nesses centros de saúde. No final desta cartilha, você confere alguns endereços da rede municipal de saúde do Rio de Janeiro que oferecem a “profilaxia com antiretrovirais”. Caso você não seja do Rio, procure se informar na Secretaria de Saúde do seu município ou estado.
E quanto à perda do apetite sexual?
Esse é um ponto importante. Muitas vezes, a perda do apetite sexual não significa desinteresse pelo parceiro ou parceira. Pode ser um efeito dos medicamentos anti-retrovirais, que podem, também causar cansaço, alterações no sono e dor de cabeça, sintomas que podem levar à diminuição do apetite sexual. Essa falta de interesse por sexo, muitas vezes, é transitória, mas caso ocorra, você deve procurar ajuda de um profissional de saúde para saber se é um efeito colateral dos medicamentos ou se há relação com outras situações emocionais ou mesmo de saúde.
Os anti-retrovirais provocam, ainda, um efeito colateral chamado lipodistrofia, que provoca mudanças corporais e o aumento do colesterol e dos triglicerídeos no sangue. As mudanças corporais podem interferir na auto-estima da pessoa, provocando sensação de desgosto com o próprio corpo, o que acaba interferindo na vida sexual. Além disso, o aumento do colesterol e dos triglicerídeos pode afetar o desempenho sexual. Hoje em dia, algumas medidas vêm sendo estudadas para minimizar esses efeitos colaterais, como cirurgias estéticas que melhoram a aparência física e o desenvolvimento de remédios que diminuem o colesterol e os triglicerídeos no sangue. Converse sobre isso com a equipe de saúde que acompanha você para receber melhor orientação.
O relacionamento entre casais sorodiscordantes homossexuais é diferente?
Não. A única diferença é em relação ao preconceito. Para muitos casais homossexuais, masculinos ou femininos, a sorodiscordância é mais um desafio a ser enfrentado, no sentido de que muitos deles já passaram por fases em suas vidas em que tiveram que afirmar sua sexualidade ou tiveram que buscar serem aceitos e compreendidos por seus familiares, amigos e colegas de trabalho ou estudo. Para outros casais homossexuais, é uma questão a ser trabalhada em silêncio, sem compartilhar com as outras pessoas, ou no máximo, com poucos amigos e amigas.
As mesmas sensações e necessidades dos casais heterossexuais estão presentes nos relacionamentos homossexuais que lidam com a sorodiscordância. Cada vez mais, alguns direitos são conquistados e não são poucos os casais homossexuais, inclusive sorodiscordantes, que, por exemplo, planejam ter filhos. Independentemente da opção por ter filhos, que pode ser esclarecida com profissionais de saúde, a prática de sexo seguro é valida para todo e qualquer tipo de relacionamento, seja homossexual ou heterossexual, sorodiscordante ou não.
Sexo oral entre homens
Entre os casais de homens, a prática de sexo oral (boca-pênis ou boca-ânus) é constantemente motivo de preocupação ou questionamento. Sempre surgem perguntas e dúvidas como “É seguro fazer sexo oral sem camisinha? Qual o grau de risco que isso representa?“
A probabilidade de transmissão do HIV varia em função do tipo de exposição ou contato. O risco de contrair o vírus através do sexo oral sem proteção é menor que através do contato sexual anal ou vaginal sem proteção. Porém, é importante você saber que, mesmo sendo uma atividade de baixo risco, o sexo oral sem proteção pode ser uma via de infecção e que esse risco aumenta à medida que existam, por exemplo, doenças das gengivas que provoquem sangramento ou se acontecer ejaculação na boca.
Casais de mulheres e HIV
Também entre os casais de mulheres existem relacionamentos sorodiscordantes e, por isso, elas devem praticar métodos que reduzam os riscos de transmissão do HIV e de outras DSTs. Aqui vão algumas dicas: caso você não use barreira de proteção, como a camisinha feminina, por exemplo, evite contato com o sangramento menstrual, com as secreções vaginais, com os pequenos sangramentos durante o sexo oral (boca-vagina ou boca-ânus) ou durante a penetração com os dedos, mãos ou brinquedos sexuais, como os chamados consolos. O sexo oral sem proteção é arriscado se a sua parceira estiver menstruada ou com uma infecção vaginal. Por isso, técnicas de sexo seguro para a prática do sexo oral, como as barreiras bucais, são boas opções.
Essas barreiras podem ser feitas com uma camisinha, luva ou com um pedaço de PVC (material plástico que se usa para envolver alimentos).
Como regra geral, os brinquedos sexuais não devem ser compartilhados sem o uso da barreira protetora. Os consolos de silicone não são porosos e, por isso, reduzem o risco de infecção, mas devem ser lavados com água e sabonete antes de serem compartilhados com a sua parceira. De qualquer jeito, o mais indicado é considerar a possibilidade do uso da camisinha feminina ou masculina. Isso vale, também, para qualquer casal, seja homossexual ou heterossexual.
Caso você queira utilizar lubrificantes, escolha um feito à base de água e o espalhe ao lado da barreira de proteção que entra em contato com a pele ou a mucosa vaginal ou anal da parceira.
O uso de luvas de látex é uma prática comum durante a penetração vaginal ou anal. Lembre-se de sempre trocar as luvas ao passar da vagina para o ânus, ou vice-versa, para evitar infecções bacterianas e de não compartilhá-las com a sua parceira.
Também para a prática de esfregar genitália com genitália é recomendado o uso de uma barreira de proteção.
Casais sorodiscordantes podem ter filhos?
A Constituição Brasileira de 1988 é uma das mais avançadas do mundo em termos de direitos básicos e, especificamente, em saúde reprodutiva (a parte da saúde voltada à questão de ter filhos). Entre esses direitos, destacam-se o da integridade social, física e psíquica; o de exercer a sexualidade; o de escolher livremente o parceiro ou parceira; e o de ter ou não filhos. Todo cidadão ou cidadã brasileiro(a), independentemente da condição sorológica para o HIV, tem direito de receber informação sobre reprodução e sexualidade de maneira acessível e clara, além de tratamento médico gratuito e respeitoso, sem sofrer preconceitos ou coações de profissionais de saúde.
Hoje, pessoas vivendo com HIV/AIDS passaram a pensar mais não somente em construir novos relacionamentos, mas também em programar o futuro, o que para muitos casais inclui ter um filho.
A questão da reprodução num relacionamento sorodiscordante envolve, basicamente, dois tipos de cuidado: com a prevenção da transmissão vertical (da mãe para o filho) e com a não infecção do parceiro ou parceira soronegativo(a).
Saber que pessoas que vivem com HIV/AIDS se relacionam sexualmente, têm desejos e podem querer ser pais ou mães, como tantos outros indivíduos, é incompreensível para muitos, até mesmo para alguns profissionais de saúde que, antes de tudo, são pessoas com crenças, valores e idéias preconcebidas, como todas as outras.
Você deve ficar atento ou atenta para que esses profissionais tenham um cuidado redobrado no sentido de não deixarem que os valores deles interferiram nas suas decisões. Procure construir e manter uma relação de confiança com o seu médico, visando encontrar, em conjunto, a melhor solução para o caso de você querer ter um filho. Uma boa notícia é que, atualmente, estão sendo desenvolvidas técnicas que proporcionam formas mais seguras de se evitar a transmissão vertical, como o medicamento AZT, por exemplo, e uma maior segurança para a não infecção do parceiro ou parceira.
Informações importantes para casais sorodiscordantes que desejam ter filhos
Você que faz parte de um casal que está vivendo uma relação sorodiscordante e que deseja engravidar deve procurar atenção especializada com profissionais de saúde, com o objetivo de preservar a sua saúde, a do seu parceiro ou parceira e a do futuro bebê.
ESSA ATENÇÃO ESPECIALIZADA TEM QUE CONTEMPLAR OS SEGUINTES ITENS:
- Estabilização da infecção pelo HIV e acompanhamento médico adequado.
- Aconselhamento reprodutivo, com a finalidade de programar a gravidez no momento em que as condições de saúde da mãe sejam as mais favoráveis e minimizem o risco da transmissão vertical, ou seja, a transmissão do vírus da mãe para o bebê.
- Utilização de técnicas como inseminação artificial com sêmen lavado.
- Uso de outras técnicas de reprodução assistida (com acompanhamento médico), no caso de existirem fatores ligados à esterilidade.
Técnicas que podem ser usadas antes de engravidar
QUANDO APENAS O HOMEM É SOROPOSITIVO
Para o casal sorodiscordante que decide tentar a gravidez, sendo ele HIV+ e a parceira não, existe uma técnica chamada lavagem de esperma que, junto com a inseminação artificial, permite diminuir a possibilidade de infecção tanto para a mulher quanto para o bebê.
Essa técnica consiste em separar os espermatozóides móveis dos outros componentes do sêmen para eliminar o HIV contido no líquido seminal. O espermatozóide não tem receptor de entrada para o vírus e, dessa forma, felizmente, dentro dele não existem partículas virais. Assim, aumentam as possibilidades de fecundação porque se incrementa a concentração de espermatozóides férteis na amostra que será utilizada para a inseminação artificial.
Depois de realizada a lavagem de esperma, o concentrado de espermatozóide é introduzido no útero da mulher durante seu período fértil (processo conhecido como inseminação artificial, procedimento antigo utilizado para tratar problemas de fertilidade). Os estudos mostram que, após duas ou três tentativas, há uma probabilidade bem-sucedida de gravidez que oscila entre 50% a 60%.
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL:
- No caso do casal sorodiscordante, é necessário que o homem apresente um quadro estável do processo de infecção pelo HIV, como por exemplo, não ter desenvolvido recentemente nenhuma doença oportunista e que apresente um bom estado geral.
- O homem e a mulher devem realizar uma série de exames de laboratório complementares, previamente à inseminação artificial, com a finalidade de saber o estado de saúde da parceira e também possíveis causas de esterilidade que não foram descobertas até o momento.
- Existindo causas de esterilidade, podem ser utilizadas outras técnicas, como, por exemplo, a fertilização in vitro (fecundação do óvulo fora do corpo da mulher).
QUANDO APENAS A MULHER É SOROPOSITIVA OU AMBOS SÃO HIV+
No caso de ser a mulher quem vive com HIV/AIDS, é fundamental que ela tenha um acompanhamento médico especial. O casal deve negociar com o profissional de saúde no
sentido de decidir, em conjunto, quando seria o melhor momento para engravidar. É importante destacar que, quando uma mulher grávida vivendo com HIV não recebe os cuidados e tratamentos adequados, o risco de transmissão do vírus para o seu filho oscila entre 15% a 20%. Nos últimos anos, com a chegada dos medicamentos anti-retrovirais mais eficazes e com um bom acompanhamento pré-natal, o risco de transmissão vertical caiu para menos de 1%.
Para que a gravidez da mulher soropositiva tenha menor risco, ela deve apresentar uma estabilidade de seu quadro clínico para o HIV, preferencialmente uma carga viral indetectável e CD4 acima de 400. Não existindo outras questões relativas à infertilidade, o procedimento indicado é a inseminação artificial, com a utilização de sêmen fresco, no caso do homem ser HIV negativo, ou sêmen lavado (lavagem de esperma), quando o homem é soropositivo.
Uma técnica artesanal que pode ser utilizada para a não infecção do parceiro soronegativo é “gozar” em uma camisinha e depois introduzir o sêmen no corpo da mulher. O preservativo feminino presta-se muito bem a esse objetivo.
REQUISITOS PARA QUE A GRAVIDEZ DA MULHER HIV+ APRESENTE OS MENORES RISCOS POSSÍVEIS:
- É importante que a mulher apresente o melhor estado de saúde possível antes de engravidar e que não tenha tido recentemente nenhuma doença oportunista.
- Antes de engravidar, a mulher deve ser informada sobre os riscos associados a seu tratamento anti-retroviral e assumir condutas médicas que apresentem menor risco para o seu filho.
Uma boa relação entre o profissional de saúde, seja ele médico, enfermeiro, psicólogo, assistente social etc., e o casal sorodiscordante que deseja engravidar é essencial para proporcionar uma gravidez segura para todos.
Se você não encontrar um médico que dê atenção ao seu desejo de gravidez, não deve simplesmente abandonar o seu sonho nem se descuidar da prevenção engravidando de qualquer forma. Se você e o seu parceiro ou parceira estão seguros de que querem engravidar, se sentem que estão bem informados a respeito, têm todo o direito de contar com o apoio, a orientação e o respeito dos profissionais de saúde. Certamente, após ler esta cartilha você terá mais elementos para conversar com esses profissionais, discutindo os prós e os contras da gestação, e podendo acompanhar e conversar com eles, com mais conhecimento de causa, sobre o que a ciência tem descoberto em relação ao tema.
A mulher HIV+ pode amamentar?
As mulheres que vivem com HIV/AIDS não devem amamentar os seus filhos, pois a amamentação é uma forma de transmissão do vírus. O aleitamento materno representa risco adicional de transmissão de 7% a 22%. Não poder amamentar pode gerar sentimentos como constrangimento ou depressão, ainda mais sabendo dos benefícios do leite materno à saúde da criança. No entanto, o mais importante é evitar que o seu filho contraia o HIV. Portanto, utilize o aleitamento artificial, ou seja, a “fórmula infantil”.
Fonte: Cartilha Sorodiscordantes da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids
Enviado por: João Geraldo Netto
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