segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Tratamentos mais que alternativos

Terapias complementares, como acupuntura e homeopatia, melhoram qualidade de vida de quem luta contra câncer e Aids
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Gladys Haluch adotou a
homeopatia para minimizar
os efeitos da quimioterapia
Tratamentos alternativos – como meditação, ioga, acupuntura e homeopatia – vêm conquistando cada vez mais espaço no combate aos efeitos colaterais da quimioterapia, para melhorar a qualidade de vida de quem precisa tomar os medicamentos contra o vírus HIV ou mesmo para tratar a dor em casos de acidente ou outras doenças.

Segun­do Nilton Kiesel Filho, médico acupunturista e pediatra do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, as sessões de acupuntura, durante a quimioterapia, aliviam principalmente sintomas como dor, náuseas e vômito.

"É importante lembrar que a acupuntura não trata diretamente o câncer. Ela ajuda no controle dos efeitos colaterais do tratamento e pode ser utilizada até diariamente, em pacientes de qualquer idade", completa.

Um exemplo de quem aliou, com sucesso, o tratamento convencional às práticas complementares é Vitor Caruso Jr. Ele descobriu um câncer aos 30 anos e sua busca pela cura incluiu, entre outras práticas, apoio psicológico, alimentação saudável, a prática da meditação e sessões de acupuntura.

"A acupuntura foi fundamental para me ajudar a enfrentar a quimioterapia. Meu cabelo não caiu, quase não tive dores nem enjoos", ressalta. "Porém, o que destaco mesmo é a prática da meditação. Tive uma cura em tempo recorde. Não só acredito, mas sou a prova de que meditação é um grande auxiliar na cura", ressalta Vitor.

Homeopáticos
Gladys Haluch conta que, em 1999, aos 37 anos, recebeu o diagnóstico de câncer de mama. Para tratar, enfrentou uma cirurgia para retirada parcial da mama e sessões de quimioterapia e radioterapia. Em 2002, já fazendo os exames de controle, um novo nódulo foi detectado.

Desta vez, o tratamento exigiu a retirada total do seio. "As reações a essa quimioterapia foram muito mais fortes. Senti muito enjoo, dores nas articulações e na musculatura, tive queda de cabelo e enfraquecimento das unhas. Foi assustador", relembra.

Em 2010, com o câncer de mama novamente controlado, outra dor apareceu e uma ressonância magnética mostrou uma importante alteração no osso da bacia. Exames complementares diagnosticaram metástase óssea. "Meu desespero foi total. Mas o câncer é um inimigo do qual não podemos fugir. Temos de enfrentar!", afirma.

Foi nesse momento que Gladys conheceu uma pesquisa, desenvolvida na Universidade Federal do Paraná (UFPR), que busca desenvolver medicamentos homeopáticos eficazes para o fortalecimento do sistema imunológico. "Tenho certeza que associar o tratamento convencional à homeopatia fez toda a diferença na minha vida", salienta.

Ela conta que, nessa nova quimioterapia associada ao tratamento alternativo, os enjoos foram mínimos. "Não perdi o apetite, minha imunidade foi protegida, senti poucas dores no corpo e tive vontade de viver e disposição o tempo todo", acrescenta Gladys, que está vencendo mais uma vez a batalha contra a doença.

Pesquisa
Quem comanda a pesquisa com medicamentos homeopáticos na UFPR é a bióloga Dorly de Freitas Buchi. Nos últimos quatro anos, 16 medicamentos já foram estudados. Para o caso específico do câncer, quatro apresentaram resultados muito satisfatórios.

"Dois deles, o M1 e o M8, se destacam e são fortes candidatos a serem usados como terapia complementar", ressalta Dorly. Outros três compostos também se mostraram eficientes para tratamentos de pacientes com HIV.

"As pesquisas apontam que o remédio homeopático diminui os efeitos colaterais dos tratamentos convencionais. Além do câncer e da Aids, eles também são fortes aliados para quem enfrenta doenças autoimunes (quando os anticorpos do paciente atacam o próprio organismo)", ressalta a pesquisadora.


Fonte: Gazeta do Povo
Enviado por: João Geraldo Netto

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