quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Ao Ministro Alexandre Padilha

AC/ Exmo.sr. Ministro da Saúde – Alexandre Padilha
Ministério da Saúde

Nós adolescentes e jovens que vivemos com HIV/AIDS de todo país, integrantes da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/AIDS reconhecemos a importância da sociedade civil como um dos principais atores responsáveis pela resposta brasileira a AIDS, tida hoje como exemplo para países no mundo inteiro.

Estamos com uma epidemia que completou 30 anos e houve avanços em muitos aspectos, tanto para acesso universal a tratamento, distribuição de preservativos nos postos de saúde, dentre outras ações, que levaram ao Brasil a ser reconhecido como o melhor programa de AIDS do Mundo, sendo que muitas destas iniciativas para chegar a esse reconhecimento se deram por política de ousadas, quando muitas pessoas não acreditavam que estas iniciativas do governo Brasileiro não obteriam quaisquer resultado, muitas infecções e vidas foram salvas por estas iniciativas, um país que era pobre e despontou em suas brilhantes ações .

Entendemos que uma das principais ferramentas de redução do estigma e preconceito bem como as ações de prevenção são as campanhas que atingem uma importante parcela da sociedade, o que acaba conscientizando sobre a prevenção, e diminuindo de uma certa forma o impacto do preconceito e do estigma as pessoas que vivem com AIDS ainda hoje tão marginalizadas.

O tema da campanha deste 01 de Dezembro, Dia Mundial de Luta contra a AIDS será jovens Gays. Que segundos dados do próprio Ministério da saúde a taxa de prevalência do HIV na população de gays e outros HSH com mais de 18 anos das 10 cidades pesquisadas (pesquisa essa realizada pelo Ministério da saúde) foi de 10,5%. O dado encontrado é consistente com estudos anteriormente realizados em algumas cidades do Brasil e característico de uma epidemia concentrada. A prevalência na população masculina brasileira de 15 a 49 anos é estimada em 0,8%. Significa afirmar que o risco de infecção entre gays e outros HSH é cerca de 10 vezes maior que entre homens heterossexuais.

Neste sentido, para nós é motivo de indignação que estamos a 10 dias do dia 01 de Dezembro – dia mundial de luta contra AIDS e saber que o recursos para as ações da campanha de primeiro de dezembro de 2011, no qual os recursos que foram destinados para estás ações são insuficientes para a sua eficácia.

Para nós está claro a falta de compromisso do governo com todas as pessoas que hoje vivem com AIDS no país, com a sociedade civil organizada e movimento social como um todo, tão importantes para que esse Departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais se tornasse referência para o mundo na resposta brasileira a epidemia.

Estamos manifestando nossa preocupação com a forma que esta sendo tratado este tema e a forma que está sendo conduzida, e principalmente o pouco recurso que está sendo destinada a uma campanha tão importante como essa. Espero que o Ministério da Saúde, e o senhor Ministro repense a forma que está conduzindo todo esse processo, e pensem principalmente no impacto negativo que terá na vida de todas as pessoas que vivem com AIDS espalhadas em todas as regiões do país, principalmente os jovens gays que vivem com AIDS tão estigmatizados e tão excluídos de uma sociedade democrática que prega a liberdade de expressão e o direito de ir vir.

A Rede Nacional de Adolescentes e Jovens que Vivem com HIV/AIDS do Brasil (RNAJVHA+Brasil) Manifesta neste documento sua preocupação e indignação e aguarda um posicionamento e um retorno do Ministério da Saúde quanta a tudo já exposto neste documento.

José Rayan Damião de Oliveira
Coordenador Nacional da RNAJVHA
A juventude dá seu Recado!

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